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OPINIÃO: Você não sofreu um aborto!

Se no meu artigo anterior escrevi sobre a mulher na visão espírita, hoje vou abordar um tema que diz também respeito a ela, mas mais controverso ainda. Vou comentar sobre o aborto também, claro, sob a perspectiva da ótica espírita. Mas, antes de discorrer sobre o assunto, é necessário falar, rapidamente, sobre a reencarnação, pois são dois assuntos interligados e interdependentes. A propósito, não existe nenhuma outra tese mais lógica e racional que explique as abismais diferenças entre os seres que habitam nosso planeta do que a multiplicidade das existências. Ou será que você consegue explicar de forma convincente essas diferenças sem que seja através dela? Só um porém, no entanto! Não vale dizer que "são desígnios de Deus e que os desígnios de Deus são impenetráveis". Isso é explicação absolutamente simplista para quem não tem argumentos convincentes. Feita essa ressalva, passemos para o verdadeiro objetivo deste artigo, que é falar sobre o aborto.

Entende o espiritismo que a ligação que une todos os membros de uma família não é apenas biológica e social, mas muito antes disso, é espiritual. Ninguém está neste mundo a passeio ou por acaso e nem nascemos no seio da nossa família porque caímos de paraquedas por causa de uma pane no motor do avião celestial ou porque quebrou o bico da cegonha. Claro que não. Nascemos e estamos aqui fruto de um planejamento muito bem arquitetado para experenciarmos mais uma etapa na escola da vida na qual estamos matriculados. A vida é um dom de Deus e nós, seres humanos, somos apenas os mediadores, os intermediários dele para fazer nascer seres que necessitam aprender neste planeta-escola a controlar e dominar seus instintos inferiores comandados muito mais pela emoção do que pela razão, pois que a evolução do ser se processa nos dois planos, físico e extra físico, em obediência a um planejamento inteligente. Portanto, o aborto não deve ser somente discutido no ponto de vista material, mas sim, e também, no seu aspecto mais importante, o espiritual, pois que o nascimento de um ser humano não é somente um evento biológico. É muito mais do que isso. É um evento do espírito. E, como tal, quem retira deliberadamente a possibilidade de uma criança nascer no plano físico, ainda que pretensamente protegido por lei, não está somente assassinando o seu filho, mas, também, abortando a possibilidade de um espírito, que já existe e é antigo, de vivenciar nova experiência na carne para desenvolver uma programação espiritual apropriada e adequada para a sua trajetória em mais uma etapa da vida na qual os pais também estão envolvidos. Quem vem, vem por uma boa razão, e quem o recebe, o recebe também por sobrados motivos. Todos têm compromissos entre si. Nada é por acaso, e desrespeitar esse processo é grave, muito grave, perante a Lei Divina na medida em que através desse ato insano e impensado, a mãe e o pai, se este também teve participação ou se omitiu-se, além de impedirem um planejamento previamente elaborado, poderão estar projetando para ambos um futuro trágico com severas consequências, pois que, não raro, o aborto, dependendo do nível evolutivo do espírito que estava sendo gestado e que perdeu, brutal e violentamente, o direito à vida, pode gerar em si um quadro de rancor e mágoa fazendo-o voltar-se contra seus algozes, nesta e/ou em outras vidas dentro da lei de Causa e Efeito. Lembre-se que quando uma criança é abortada, o que foi impedido de viver foi o corpo material. A sua essência, o espírito, continua a viver no mundo espiritual, aliás, origem e destino de todos nós.

Por tudo isso, não nos esqueçamos, jamais, de duas coisas importantes. A primeira: que antes mesmo de nascermos, assumimos no mundo espiritual, junto aos nossos futuros filhos, dois grandes compromissos. Um é dar-lhes a vida, e não assassiná-los, e o outro é amá-los e protegê-los. Tudo no universo tem um propósito, absolutamente tudo. Exatamente por isso, ninguém é filho de ninguém por acaso. Ao finalizar, permita-me, muito respeitosamente, lembrar a primeira e fundamental razão para que você, seja homem ou mulher, concordando ou discordando, tenha lido este artigo até aqui. E a razão primeira é absurdamente simples e absolutamente singela: você não sofreu um aborto.

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